Câncer é um grupo de doenças que se caracterizam pela perda do controle
da divisão celular e pela capacidade de invadir outras estruturas orgânicas.
Câncer de próstata
Estimam-se
68.800 casos novos de câncer de próstata para o Brasil, no ano de 2014. Esses
valores correspondem a um risco estimado de 70,42 casos novos a cada 100 mil
homens.
Sem
considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de próstata é o mais
incidente entre os homens em todas as regiões do país, com 91,24/ 100 mil no
Sul, 88,06/ 100 mil no Sudeste, 62,55/ 100 mil no Centro-Oeste, 47,46/ 100 mil
no Nordeste e 30,16/ 100 mil no Norte.
Comentário
A
última estimativa mundial apontou o câncer de próstata como sendo o segundo
tipo mais frequente em homens, cerca de 1,1 milhões de casos novos no ano de
2012. Aproximadamente 70% dos casos diagnosticados no mundo ocorrem em países
desenvolvidos. As mais altas taxas de incidência foram observadas na Austrália/
Nova Zelândia, Europa Ocidental e América do Norte. Esse aumento pode ser
reflexo, em grande parte, das práticas de rastreamento pelo teste do Antígeno
Prostático Específico (PSA).
No
Brasil, o aumento da expectativa de vida, a melhoria e a evolução dos métodos
diagnósticos e da qualidade dos sistemas de informação do país, bem como a
ocorrência de sobre diagnóstico, em função da disseminação do rastreamento do
câncer de próstata com PSA e toque retal, podem explicar o aumento das taxas de
incidência (observadas pela análise da série histórica de incidência dos RCBP)
ao longo dos anos.
O
único fator de risco bem estabelecido para o desenvolvimento do câncer de
próstata é a idade. Aproximadamente 62% dos casos diagnosticados no mundo
ocorrem em homens com 65 anos ou mais. Com o aumento da expectativa de vida
mundial, é esperado que o número de casos novos de câncer de próstata aumente
cerca de 60% até o ano de 2015. Além disso, a etnia e a história familiar da
doença também são consideradas fatores de risco. O câncer de próstata é
aproximadamente duas vezes mais comum em homens negros se comparados aos
brancos. Os estadunidenses, jamaicanos e caribenhos com ascendência africana
apresentam as mais altas taxas de incidência do câncer de próstata do mundo, o
que pode ser atribuído, em parte, à hereditariedade (cerca de 5% a 10%). Apesar
disso, é possível que essa diferença entre negros e brancos se dê em razão do
estilo de vida ou de fatores associados à detecção da doença.
Outro
fator importante na etiologia desse tipo de câncer é a dieta. Dietas com base
em gordura animal, carne vermelha, embutidos e cálcio têm sido associados ao
aumento no risco de desenvolver câncer de próstata. Além disso, a obesidade também
é apontada no aumento do risco de desenvolver essa neoplasia, em especial para
aquelas de comportamento mais agressivo. Em contrapartida, é possível que
dietas ricas em vegetais, vitaminas D e E, licopeno e ômega-3 sejam capazes de
conferir algum efeito protetor contra o câncer de próstata.
A
mortalidade por esse câncer apresenta um perfil ascendente semelhante ao da
incidência no Brasil, embora sua magnitude seja mais baixa. Pode ser
considerado de bom prognóstico se diagnosticado e tratado oportunamente. Como
parte do 3º Informativo da Vigilância do Câncer do INCA, foi realizado um
estudo para estimar a sobrevida do câncer, por meio da razão da Mortalidade e
Incidência. Essa razão foi obtida pela da distribuição mediana das taxas de
incidência e mortalidade dos RCBP brasileiros, com diferentes séries temporais,
e do SIM. Assim, para o câncer de próstata, o estudo apontou uma sobrevida
aproximada de 80%.
A
organização de programas de rastreamento do câncer de próstata não está
indicada, pois ainda existe considerável incerteza sobre a existência de
benefícios associados a essa prática e, por outro lado, evidências científicas
de boa qualidade demonstram que essa intervenção produz danos importantes para
a saúde dos homens. Portanto, ações de controle da doença devem focar em outras
estratégias, como a prevenção primária e o diagnóstico precoce.
Câncer da mama feminina
Para
o Brasil, em 2014, são esperados 57.120 casos novos de câncer de mama, com um
risco estimado de 56,09 casos a cada 100 mil mulheres.
Sem
considerar os tumores de pele não melanoma, esse tipo de câncer é o mais
frequente nas mulheres das regiões Sudeste (71,18/ 100 mil), Sul (70,98/ 100
mil), Centro-Oeste (51,30/ 100 mil) e Nordeste (36,74/ 100 mil). Na região
Norte, é o segundo tumor mais incidente (21,29/ 100 mil).
Comentário
O
câncer de mama é o tipo de câncer que mais acomete as mulheres em todo o mundo,
tanto em países em desenvolvimento quanto em países desenvolvidos. Cerca de
1,67 milhões de casos novos dessa neoplasia foram esperados para o ano de 2012,
em todo o mundo, o que representa 25% de todos os tipos de câncer
diagnosticados nas mulheres. Suas taxas de incidência variam entre as
diferentes regiões do mundo, com as maiores taxas em 2012 na Europa Ocidental
(96/ 100 mil) e as menores taxas na África Central e na Ásia Oriental (27/ 100
mil).
Mais
de 80% dos cânceres de mama têm origem no epitélio ductal, enquanto a minoria
se origina do epitélio lobular. Nos últimos 40 anos, a sobrevida vem aumentando
nos países desenvolvidos e, atualmente, é de 85% em cinco anos, enquanto, nos
países em desenvolvimento, permanece com valores entre 50% e 60%. O câncer de
mama é a maior causa de morte por câncer nas mulheres em todo o mundo, com
cerca de 520 mil mortes estimadas para o ano de 2012. É a segunda causa de
morte por câncer nos países desenvolvidos, atrás somente do câncer de pulmão, e
a maior causa de morte por câncer nos países em desenvolvimento.
Alguns
fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de mama são bem conhecidos,
como: envelhecimento, fatores relacionados à vida reprodutiva da mulher,
história familiar de câncer de mama, consumo de álcool, excesso de peso,
sedentarismo, exposição à radiação ionizante e alta densidade do tecido mamário
(razão entre o tecido glandular e o tecido adiposo da mama).
A
idade continua sendo um dos mais importantes fatores de risco. As taxas de
incidência aumentam rapidamente até os 50 anos. Após essa idade, o aumento
ocorre de forma mais lenta, o que reforça a participação dos hormônios femininos
na etiologia da doença. Cerca de quatro em cada cinco casos ocorre após os 50
anos.
A
história familiar de câncer de mama está associada a um aumento no risco de
cerca de duas a três vezes para o desenvolvimento desse tipo de neoplasia.
Alterações em alguns genes, por exemplo BRCA1 e BRCA2, aumentam o risco de
desenvolver câncer de mama, embora essas mutações sejam raras e contribuam para
uma parcela mínima de casos de câncer de mama. Cerca de nove em cada 10 casos
ocorrem em mulheres sem história familiar.
Amamentação,
prática de atividade física e alimentação saudável com a manutenção do peso
corporal estão associadas a um menor risco de desenvolver esse tipo de câncer.
A
prevenção primária dessa neoplasia é um campo de pesquisa e de intervenções
bastante promissor. Cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados
por medidas como uma alimentação saudável, prática de atividade física regular
e manutenção do peso ideal.
No
Brasil, a mamografia bienal para mulheres entre 50 a 69 anos e o exame clínico
das mamas anualmente a partir dos 40 anos é a estratégia recomendada para a
detecção precoce do câncer de mama em mulheres com risco padrão. Para as
mulheres de grupos populacionais considerados de risco elevado para câncer de
mama (com história familiar de câncer de mama em parentes de primeiro grau),
recomenda-se o exame clínico da mama e a mamografia, anualmente, a partir de 35
anos.
Nos
últimos três anos, o INCA e o Ministério da Saúde vêm ampliando a estratégia de
“estar alerta” (awareness) à população feminina e aos profissionais de saúde.
Essa estratégia de comunicação preconiza que todas as mulheres devem conhecer
os principais fatores de risco para o câncer de mama, a idade de maior risco de
ocorrência da doença e seus mais frequentes sinais e sintomas. Também recomenda
que as mulheres, ao identificarem tais sinais e sintomas, procurem
imediatamente um serviço de saúde para esclarecimento diagnóstico.
Apesar
de ser considerado um câncer de relativamente bom prognóstico, se diagnosticado
e tratado oportunamente, as taxas de mortalidade por câncer de mama continuam
elevadas no Brasil, muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada
em estágios avançados. A sobrevida em um, cinco, dez e 20 anos, em países
desenvolvidos, como a Inglaterra, é de 95,8%, 85,1%, 77% e 64% respectivamente.
O estudo do INCA, já citado acima, apresentou, para o câncer de mama, uma
sobrevida aproximada de 80%.
Câncer de pele
Esperam-se
98.420 casos novos de câncer de pele não melanoma nos homens e 83.710 nas
mulheres no Brasil, em 2014. Esses valores correspondem a um risco estimado de
100,75 casos novos a cada 100 mil homens e 82,24 a cada 100 mil mulheres.
O
câncer de pele não melanoma é o mais incidente em homens nas regiões Sul
(159,51/ 100 mil), Sudeste (133,48/ 100 mil) e Centro-Oeste (110,94/ 100 mil).
Nas regiões Nordeste (40,37/ 100 mil) e Norte (28,34/ 100 mil), encontram-se na
segunda posição. Nas mulheres, é o mais frequente em todas as regiões, com um
risco estimado de 112,28/ 100 mil no Sudeste, 99,31/ 100 mil no Centro-Oeste,
86,03/ 100 mil no Sul, 46,68/ 100 mil no Nordeste e 24,73/ 100 mil no Norte.
Quanto
ao melanoma, sua letalidade é elevada, porém sua incidência é baixa (2.960
casos novos em homens e 2.930 em mulheres). As maiores taxas estimadas em
homens e mulheres encontram-se na região Sul.
Comentário
O
câncer de pele tem distribuição universal e costuma apresentar-se sob três
principais formas: melanoma, carcinoma basocelular e carcinoma espinocelular
(ou epidermoide). Os carcinomas basocelular e epidermoide são também conhecidos
como câncer de pele não melanoma, tipo mais frequentes de câncer de pele e
câncer mais frequente na população de pele clara. A exposição excessiva ao sol
é o principal fator de risco para o surgimento dos cânceres de pele melanoma e
não melanoma. O carcinoma epidermoide ocorre quase exclusivamente em áreas
expostas continuamente à radiação solar, enquanto o carcinoma basocelular pode
ocorrer em áreas do corpo expostas à radiação solar de forma intermitente. Para
o melanoma, a presença de numerosos nervos cutâneos aumenta o risco.
A
incidência dos cânceres de pele não melanoma aumenta com a idade, em especial a
incidência do carcinoma epidermoide. O carcinoma basocelular é mais frequente
que o carcinoma epidermoide, e ambos são mais frequentes nos homens do que nas
mulheres.
Os
cânceres de pele não melanoma são de bom prognóstico, com altas taxas de cura
se tratados de forma precoce e adequada. Contudo, situações nas quais há demora
no diagnóstico podem acarretar ulcerações na pele e deformidades físicas
graves.
O
câncer de pele melanoma é menos frequente do que os outros tumores de pele.
Também é mais frequente em populações de pele clara e expostas à radiação
solar. Indivíduos de pele escura possuem menor risco de apresentá-lo. Seu
prognóstico é bom para os tumores localizados, enquanto, para melanomas
metastáticos, é reservado.
No
Brasil, o câncer de pele não melanoma é o tumor mais incidente em ambos os
sexos. É provável que exista um sub-registro dessa neoplasia, em função do
sub-diagnóstico. Consequentemente, as estimativas das taxas de incidência e dos
números esperados de casos novos em relação a esse tipo de câncer devem ser
consideradas como estimativas mínimas.
Ações
de prevenção primária, como a proteção individual contra a luz solar, são
altamente efetivas e de custo relativamente baixo para a prevenção do câncer de
pele, inclusive dos melanomas. A educação em saúde para a população e a
promoção de ambientes que propiciem a proteção contra as radiações solares,
principalmente nos ambientes de trabalho e lazer, também são efetivas para a
coletividade. É recomendável que o indivíduo sob risco procure um
dermatologista ao primeiro sinal de surgimento de novas manchas ou sinais na
pele, ou modificações na cor, tamanho e bordas de lesões antigas, permitindo
identificar possíveis cânceres precocemente.
Fonte: http://www.inca.gov.br/
Galera previna-se!!
Tenha uma alimentação saudável;
Pratique atividades físicas;
Cuidado com a exposição solar;
Modere a ingestão de bebidas alcoólicas;
Pare de fumar;
Realize exames preventivos.
A vida é linda de viver!!
Valeu!!
BIObjs - Profe Lú
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