TROQUE UM QUILO DE PRECONCEITO POR UM ESPETÁCULO DE EMPATIA!
(Fabrício Carpinejar)
Aquele que tem Down não é uma eterna criança. O preconceito faz com que coloquemos as pessoas com 47 cromossomos numa bolha de pureza e vulnerabilidade que não condiz com a realidade.
Tratamos a síndrome como um berçário infinito, como se as suas mulheres e homens não fossem protagonistas, mas vitalícios dependentes e coadjuvantes da comiseração. Não colabora em nada a ideia de que não saem da infância.
Menos piedade, mais espontaneidade.
Eles viram adultos, sim, capazes, autônomos, independentes, ciosos, profissionais dedicados, namorando, casando, divertindo-se, fazendo sonhos e formando famílias. Podem tirar carteira de motorista, título de eleitor, passaporte, mudar de personalidade. Vão envelhecer, vão também ter raiva, vão também mentir e pedir desculpa, vão também ter crises e depressão, como todo amigo.
Alguns serão chatos, alguns serão desligados, alguns serão teimosos. Mas os diferentes tipos geniosos são da condição humana, nunca de uma maldição genética.
Síndrome de Down não é doença.
Os olhos amendoados não formam uma máscara da deficiência. São apenas olhos amendoados.
A língua para fora (hábito que também tenho) não constitui nenhum problema social - é apenas a boca cheia de coragem.
Os filhos com Down experimentaram um atraso intelectual, que pode ser recuperado com amor, estimulação e cuidados, naquilo que eu chamo de fisioterapia do conhecimento.
Quem já não enfrentou recuperações, resgates de conteúdo, enfrentamentos de defeitos? Não repetiu a série? Não estacou em uma fase de seu crescimento? É a mesma coisa. A mesmíssima coisa, natural a qualquer um que é obrigado a aprender a viver. Não se nasce sabendo.
Amei esse texto!! BIObjs da BIOlú
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