Dia das Crianças10/10/2020 | 08h00Atualizada em 10/10/2020 | 08h00
Andrei Andrade
A geração da empatia:
crianças repletas de amor pelo próximo são a esperança por uma sociedade mais humanizada
Aos oito anos, a caxiense Manuela Leidens tem uma noção de empatia que ainda falta a muitos adultos, talvez à maioria. Não só no que demonstra quando é perguntada sobre o significado palavra, mas também nos gestos que enchem de orgulho a mãe, Denise, 37.
Dois anos atrás, a menina observava a mãe mexer nas redes sociais quando teve a curiosidade despertada por uma foto em que a professora Luciana Gecchelin, amiga de Denise, aparecia com algumas mechas de cabelo na mão. Quando a mãe explicou que aquelas mechas iriam virar perucas para crianças e mulheres que perderam o cabelo por conta do câncer, a reação de Manu foi espontânea: iria deixar o cabelo crescer para doar no ano seguinte. E assim aconteceu, em outubro do ano passado.
– Fiquei muito feliz de poder ajudar outra pessoa a ficar feliz. Vou doar ano que vem, porque esse ano ele tá pequeno – conta a menina.
Enquanto aguarda as madeixas crescerem mais alguns centímetros, recentemente a moradora do bairro Esplanada estendeu sua generosidade à amiga e vizinha Helena Minuzzi, 6, que foi diagnosticada com leucemia e também ficou carequinha durante o tratamento. Foi dela a ideia de recorrer novamente à “profe Lu”, para mobilizar uma nova rede solidária que entregou à Helena uma peruca:
–.Fiquei muito triste quando soube que ela estava com a doença, mas agora fiquei mais feliz e minha amiga também. Ela está muito linda com a peruquinha – elogia Manu.
Para a mãe, reconhecer na filha, mesmo tão jovem, um olhar tão atento à necessidade da amiguinha ou de pessoas que ela nem conhece, mas sabe que estão sofrendo, é ter em casa alguém que veio à Terra com uma missão:
– Ser pai ou ser mãe é experimentar um amor incondicional. Ter uma filha com a Manu, com esse coração imenso e essa atenção ao outro, E pensar que há tantas outras crianças com esse coração maravilhoso, nos dá uma esperança em um futuro em que as pessoas possam se ajudar mais.
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