Páginas

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

De uso sustentável, tecidos alternativos viram tendência

Matérias primas ecologicamente corretas e o reaproveitamento de roupas são alternativas


A grife Mariana Martinez investiu em saia feita a partir de couro de peixe Foto: Pedro Fonseca / Divulgação



Algodão orgânico, couro de peixe, jeans de seda e garrafa pet. Foi-se o tempo em que esse tipo de matéria-prima figurava como tendência e era apenas usada nas roupas da modelos que desfilam em passarelas como as da São Paulo Fashion Week. Porque os tecidos alternativos conquistaram os holofotes do mercado de moda.

Materiais que procuram incentivar o consumo ecologicamente correto figuram em marcas de estilistas famosos, como Alexandre Hercovich e Osklen. Ao empregá-los em suas coleções, as grifes dão prova de eles não perdem em nada para os materiais produzidos de modo tradicional.

É o caso das roupas feitas pela marca gaúcha Budha Khe Rhi, dos sócios Cláudio Stein, Marcelo Schmidt, Guilherme Dias e Ana Paula Lago. Há cerca de cinco anos, eles criaram a linha Eco, que fabrica camisetas, calças e vestidos a partir de materiais como fibra de bambu, algodão orgânico, tecidos reaproveitados, fibra de garrafa pet, modal e fibra de cânhamo, e vendem em lojas situadas em bairros nobres da Capital e nos litorais gaúcho e catarinense. Em breve. uma nova loja será aberta na Cidade Baixa.

A qualidade dos produtos já levou a marca a ser reconhecida além da fronteira do Estado. Junto com a franquia em Volta Redonda, no Rio, este mês a empresa abre loja também em São Paulo, nos Jardins. As peças vestem apresentadores de TV, como Mari Moon, da MTV, e outros famosos do eixo Rio São Paulo, como os personagens das novelas Malhação e Avenida Brasil.

Também gaúcha, a estilista Mariana Martinez tem investido em peças feitas a partir do couro de peixe. Trazidas do norte e nordeste do país por uma empresa beneficiadora de Estância Velha, a confecção do material ajuda a evitar que uma enorme quantidade de resíduos seja jogada na beira dos rios. Tão resistente quanto o couro bovino, o material é mais maleável e tem aspecto rústico. Segundo Mariana, ele passa por um tratamento químico para ganhar novas cores. Pelo comprimento do material, as espécies usadas são pirarucu e pescado. E tudo com licenciamento do Ibama.

— Quando se começou a usar o couro para a moda, as cooperativa de pescadores passaram a ensiná-los a tirar a pele de forma a garantir o melhor aproveitamento possível — explica a estilista, que desenvolve roupas como saias, calças e vestidos.

Outra iniciativa, esta situada no Paraná, prova como é possível produzir peças descoladas com o uso racional de recursos naturais. Responsável pela criação de um tecido composto de 50% seda, 25% pet e 25% algodão, a marca O Casulo Feliz trabalha com a chamada seda sustentável, produzida a partir de casulos rejeitados pelos cultivadores do bicho-da-seda na região.

— Como o pet esquenta muito no corpo, por ser um poliéster, agregamos o algodão para neutralizar a temperatura e dar mais conforto ao consumidor — explica a designer e diretora da loja, Glicínia Seterenaski.

Os casulos rejeitados são levados para a fabricação de seda por meio artesanal. São cerca de 70 funcionários que operam, manualmente, máquinas de tecelagem, águas de poço artesanal e captada da chuva, tinturas de folhas, cascas, raízes e sementes, como a de urucum. O jeans de seda, que tem como característica tons de prata acentuado, chegou a receber o Prêmio Ecochic Day, que reconhece e incentiva nomes e empresas da moda sustentável do Brasil.


VALEU!!
BIOBJS - PROFE LÚ

Nenhum comentário:

Postar um comentário