Matérias primas ecologicamente corretas e o reaproveitamento de roupas são alternativas
A grife Mariana Martinez investiu em saia feita a partir de couro de peixe Foto: Pedro Fonseca / Divulgação |
É o caso das roupas feitas pela marca gaúcha Budha Khe Rhi, dos sócios Cláudio Stein, Marcelo Schmidt, Guilherme Dias e Ana Paula Lago. Há cerca de cinco anos, eles criaram a linha Eco, que fabrica camisetas, calças e vestidos a partir de materiais como fibra de bambu, algodão orgânico, tecidos reaproveitados, fibra de garrafa pet, modal e fibra de cânhamo, e vendem em lojas situadas em bairros nobres da Capital e nos litorais gaúcho e catarinense. Em breve. uma nova loja será aberta na Cidade Baixa.
A qualidade dos produtos já levou a marca a ser reconhecida além da fronteira do Estado. Junto com a franquia em Volta Redonda, no Rio, este mês a empresa abre loja também em São Paulo, nos Jardins. As peças vestem apresentadores de TV, como Mari Moon, da MTV, e outros famosos do eixo Rio São Paulo, como os personagens das novelas Malhação e Avenida Brasil.
Também gaúcha, a estilista Mariana Martinez tem investido em peças feitas a partir do couro de peixe. Trazidas do norte e nordeste do país por uma empresa beneficiadora de Estância Velha, a confecção do material ajuda a evitar que uma enorme quantidade de resíduos seja jogada na beira dos rios. Tão resistente quanto o couro bovino, o material é mais maleável e tem aspecto rústico. Segundo Mariana, ele passa por um tratamento químico para ganhar novas cores. Pelo comprimento do material, as espécies usadas são pirarucu e pescado. E tudo com licenciamento do Ibama.
— Quando se começou a usar o couro para a moda, as cooperativa de pescadores passaram a ensiná-los a tirar a pele de forma a garantir o melhor aproveitamento possível — explica a estilista, que desenvolve roupas como saias, calças e vestidos.
Outra iniciativa, esta situada no Paraná, prova como é possível produzir peças descoladas com o uso racional de recursos naturais. Responsável pela criação de um tecido composto de 50% seda, 25% pet e 25% algodão, a marca O Casulo Feliz trabalha com a chamada seda sustentável, produzida a partir de casulos rejeitados pelos cultivadores do bicho-da-seda na região.
— Como o pet esquenta muito no corpo, por ser um poliéster, agregamos o algodão para neutralizar a temperatura e dar mais conforto ao consumidor — explica a designer e diretora da loja, Glicínia Seterenaski.
Os casulos rejeitados são levados para a fabricação de seda por meio artesanal. São cerca de 70 funcionários que operam, manualmente, máquinas de tecelagem, águas de poço artesanal e captada da chuva, tinturas de folhas, cascas, raízes e sementes, como a de urucum. O jeans de seda, que tem como característica tons de prata acentuado, chegou a receber o Prêmio Ecochic Day, que reconhece e incentiva nomes e empresas da moda sustentável do Brasil.
VALEU!!
BIOBJS - PROFE LÚ
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